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Em tempos de crise, a perda da confiança das pessoas nos governos e no mercado gera incertezas e um sentimento de antiglobalização que os países precisam aprender a combater.  Este foi um dos pontos focados pelo professor de Direito da Universidade de Georgetown (EUA), Michael Gadbaw, no seminário Mega-acordos Internacionais e os Impactos na Indústria realizado, nesta terça-feira (31), pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS).
 
Gadbaw, que já atuou como vice-presidente de Legislação Internacional e Políticas da General Eletric, salienta que também em acordos comerciais é fundamental atacar a corrupção e valorizar a ética. Ele explica que os mega-acordos se preocupam com isso, estabelecendo regras para promoção comercial, investimentos e comércio. Cita, entre eles, o Tratado de Livre Comércio Trans-Pacífico (TPP), que inclui Estados Unidos e mais 11 nações. O TPP estabelece normas comuns que envolvem esses 12 países, com questões que vão dos direitos dos trabalhadores até a proteção da propriedade intelectual. O professor americano acredita que os pontos finais do tratado devem ser fechados ainda este ano, passando a valer a partir de 2017, já com novo presidente na Casa Branca, no lugar de Barack Obama, que atuou para que ele fosse concretizado.
 
Atualmente, o Brasil é o sétimo Produto Interno Bruto (PIB) do mundo, permanece com um pouco mais de 1% de participação no comércio mundial e ocupa a 25ª posição no ranking dos exportadores, mas não participa do TPP. “Hoje, países vizinhos, como Chile e Peru, possuem acordos com blocos que representam entre 74% e 83% do fluxo de comércio do mundo, ao passo que a presença brasileira significa apenas 7%”, destacou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller, em sua manifestação na abertura do seminário. “Nossa política externa privilegiou acordos Sul-Sul, em detrimento de uma estratégia mais ampla e não excludente. Nesse cenário, entendemos que o Brasil não pode perder mais tempo. Chegou a hora de colocarmos o comércio exterior com prioridade para a retomada do crescimento da economia nacional, que hoje atravessa, talvez, a maior crise de sua história”.
 
Publicado Terça-feira, 31 de Maio de 2016 - 16h16

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