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Falta de trabalhador qualificado preocupa setor industrial

A falta de trabalhador qualificado foi um dos principais problemas enfrentados pelas indústrias gaúchas no primeiro trimestre de 2011. É o que mostra a Sondagem Industrial realizada no mês de abril e divulgada nesta quinta-feira (19) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). O levantamento aponta que o indicador aumentou novamente de importância, com 31% das respostas, e ficou pela primeira vez entre os três principais obstáculos. A elevada carga tributária continua liderando, com 62,8% das respostas, 6,5 pontos percentuais acima do registrado no trimestre anterior. Competição acirrada (42%) e taxa de câmbio (29%) também estão entre as maiores dificuldades, na opinião dos industriais.

Em março, na avaliação das condições atuais, a produção apontou crescimento pelo segundo mês consecutivo, com 60 pontos, quatro pontos acima do registrado em fevereiro. A expansão da produção contribuiu para abertura de postos de trabalho, conforme apontou o indicador relativo ao emprego que, embora tenha recuado um ponto em relação ao valor observado em fevereiro, registrou 53 pontos. A utilização da capacidade instalada (grau médio de 77,9%) teve uma ampliação de três pontos e manteve-se dentro do usual para o período. Os estoques de produtos finais, por outro lado, voltaram a acumular e ficaram acima do planejado pelas empresas, chegando a 54 pontos, valor mais alto desde julho de 2010. "O resultado indica que as empresas não confirmaram suas perspectivas de demanda e, os estoques em alta, sinalizam uma dificuldade adicional da produção futura", afirma o presidente da FIERGS, Paulo Tigre. A avaliação ocorre dentro de uma escala de 0 a 100 pontos, acima de 50 pontos significa uma evolução positiva e inferior é negativa.

Para os próximos seis meses, os entrevistados se mostraram um pouco menos otimistas. A variável referente às expectativas de demanda passou de 62 para 61 pontos. A queda aparece também na compra de matérias-primas, com recuo de 60 para 58 pontos. Da mesma forma, o índice de expectativas com relação ao número de empregados caiu de 56 para 55 pontos, indicando uma diminuição na intensidade do crescimento do emprego industrial. "O resultado repercute a conjuntura restritiva enfrentada pelo setor produtivo, como o aperto monetário, a fraca demanda externa e a valorização cambial, apesar do aquecimento do mercado doméstico. Por isso, as expectativas, ainda que otimistas, também se deterioram", avalia Tigre.

Publicado quinta-feira, 19 de Maio de 2011 - 0h00