Você está aqui

Os custos das empresas com saúde têm aumentado drasticamente, gerando um problema tanto pelo afastamento dos trabalhadores quanto pelas onerosas contas a serem pagas aos planos de saúde. O cenário é crítico, mas, com o investimento de tempo, esforço e recursos em gestão de saúde, pode ser contornado.

No Brasil, a sociedade destina R$ 198 bilhões ao ano à cobertura de planos de saúde. Segundo dados do Caderno de Informação da Saúde Suplementar da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cerca de 38 milhões de brasileiros estão cobertos por convênios coletivos. As empresas são responsáveis por 70% desse investimento.

Quando olhamos especificamente para a indústria, os custos com saúde representam, em média, 13,1% da folha de pagamento, segundo levantamento recente do Serviço Social da Indústria (Sesi) em parceria com a FSB Pesquisas encomendado para verificar a realidade e os desafios enfrentados pelo setor com a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar. Além disso, vale comentar que a indústria é a principal contratante de planos de saúde, somando quase 30% dos beneficiários.

A questão, porém, é que os planos de saúde, entre 2008 e 2016, registraram reajuste acumulado de 237% enquanto a inflação oficial acumulada foi de apenas 72%. Muito mais do que oferecer planos de saúde, um dos principais benefícios garantidos pelas empresas a seus empregados, ou atuar em negociações e redução do nível de assistência oferecida, as empresas têm investindo em gestão integrada em saúde, com políticas que envolvem atenção primária em saúde, promoção e prevenção, segurança no trabalho, entre outras. Conforme a pesquisa, 56% das empresas ouvidas que oferecem planos já realizaram essas iniciativas.

Para se ter uma ideia prática dos resultados que esse tipo de movimento pode trazer, a indústria Procter & Gamble, que conta com 3,5 mil empregados no Brasil, iniciou um processo nesse sentido em 2012. Daquela época até agora, o número de funcionários afastados por questões de saúde foi reduzido em 70% e o índice de sinistralidade do plano, que antes ultrapassava 100%, ficou abaixo de 70%. Entre as mudanças adotadas, está o treinamento da equipe da empresa, que realiza a atenção primária. Além disso, os programas de promoção de saúde passaram a ser focados nos principais riscos que, antes, foram mapeados entre os trabalhadores.

Ao mesmo tempo, há um desafio coletivo que envolve todos que, de alguma forma, fazem parte do sistema de saúde brasileiro. A mudança demográfica e populacional exige que se pense na questão do envelhecimento das pessoas, de modo a promover melhor saúde e qualidade de vida, para que permaneçam ativas e produtivas por mais tempo no mercado e na sociedade.

Estes fatores evidenciam a importância das discussões imediatas sobre gestão de saúde nas empresas. Com reflexão e colaboração, é possível entender a realidade, estudar as tendências e previsões e idealizar soluções mais inteligentes e efetivas para, ao mesmo tempo, ajudar o trabalhador e a empresa. A partir desta preocupação, o Sesi, a partir de um termo de cooperação mútua com a ANS e com o intuito de implementar esforços visando apoiar ações de saúde ocupacional, da promoção da saúde e da prevenção de riscos, agravos e doenças no setor de saúde suplementar, já começou a promover encontros gratuitos para promover reflexões e apresentar orientações para uma melhor gestão nesta área, oferecendo exemplos práticos de soluções.

quinta-feira, 10 de Outubro de 2019 - 10h10

Deixe um Comentário

CAPTCHA
This question is for testing whether or not you are a human visitor and to prevent automated spam submissions.
3 + 9 =

Precisando de ajuda?

Por onde prefere falar conosco?

Whats

Chat