Capacitação prepara gestores de educação para liderança escolar

Cerca de 60 gestores da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul voltaram para a sala de aula como alunos nesta semana. Eles participaram do Curso de Liderança Escolar – Inspirado no modelo inglês de formação de gestores, promovido pelo Serviço Social da Indústria e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em parceria com o Conselho Britânico, na sede da FIERGS. Participaram diretores de escolas públicas de tempo integral, representantes de Coordenadorias Regionais (CRE) de diferentes regiões do Estado e diretores das Escolas Sesi de Ensino Médio.

O ministrante foi o conselheiro de educação britânico, Adrian Ingham, pós-graduado pelo King’s College, com tese de mestrado sobre a liderança escolar no Brasil. Ele atuou como professor e diretor de escolas em Londres por mais de 25 anos e, hoje, compartilha seu conhecimento com outros profissionais.  “Eu gosto de aprender com as experiências no exterior, de saber como é. Às vezes, não conseguimos traçar um comparativo com a Inglaterra, porque a situação é bem diferente. Por aqui, o calor humano dos gestores é incrível, a vontade de aprender é grande. Há interesse na teoria de comunicação, que nossos professores não têm. Nós temos foco na prática, gostamos de falar o que fazer, não o que refletir ou o de teorizar”, comenta Ingham.
Durante três dias, os participantes trocaram ideias, tiveram acesso a teorias, mas também aplicaram alguns conceitos na prática. Um dos temas de casa foi pensar a forma gráfica de representar a missão, visão e valores da escola onde trabalham. A diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Fernando Ferrari, de Campo Bom, Maristela Bretano, ficou apreensiva com a proposta de atividade, mas percebeu a oportunidade de se reinventar. “Pensei e me veio a imagem do círculo na minha cabeça, e eu comecei a pesquisar e ver que tinha tudo a ver com o que estávamos vendo no curso e com a nossa missão. O circulo é vida, é a origem de tudo, o óvulo tem esse formato. E a escola também é isso, é proteção, é cuidado. Só que se eu estivesse lá na escola, eu não teria a oportunidade de pensar, de refletir, de ouvir opiniões, e até eu mesmo me dar conta disso”, reflete Maristela.