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Sesi Com@Ciência Debates discute papel das tecnologias na educação e “apagão” de professores no RS

O Sesi Com@Ciência Debates, ocorrido nos dias 10 e 11 de outubro, foi uma aula sobre educação. Em sentido reflexivo, de troca de experiências. O evento abriu com apresentação da pesquisa “Apagão de professores: Uma análise dos impactos da oferta de docentes no RS”, desenvolvida pelo Observatório Sesi da Educação, que projeta a falta de 10 mil professores na Educação Básica do Rio Grande do Sul em 2040, bem como, traz dados sobre o desinteresse por cursos de licenciatura. Também integrou a programação palestras com especialistas e oficinas de capacitação para docentes. Todas as atividades foram realizadas no Instituto Sesi de Formação de Professores, no centro de Porto Alegre.

Em sintonia, palestrantes do evento também destacaram o papel do professor, principalmente diante do avanço da Inteligência Artificial. Referência em inovação e professora da PUC-SP, Martha Gabriel, afirmou na tarde de quarta-feira que o avanço da tecnologia chegou a um ritmo alucinado. E, para aprender a lidar com ferramentas e possibilidades que surgem em curtos espaços de tempo, é preciso educação.

“A educação é pilar fundamental da aprendizagem. E, para aprender, temos de acabar com as desigualdades. Precisamos de educação para criar um sistema operacional que gere desenvolvimento, com professores e instituições fortes”, instigou Martha Gabriel, reforçando que a tecnologia é o principal agente de mudança na sociedade, mas depende de humanos capacitados, com senso crítico.

“É preciso saber as melhores perguntas para fazer à Inteligência Artificial. Para isso, temos de ter conhecimento. Todos teremos de ser engenheiro de prompt nesse sentido”, complementou.

A sequência de palestras teve início na terça-feira, com o doutor em teoria econômica e coordenador do Núcleos de Estudos do Insper Michael França, que abordou a relação da educação com as desigualdades educacionais. Entre os tópicos da fala de França, esteve os vieses pelos quais indivíduos são percebidos, considerando-se raça, gênero e classe social. Conforme o especialista, a extensão desses vieses para a educação faz com que muitas pessoas que sofrem com olhar desigual não possam desenvolver suas potencialidades adequadamente. Neste cenário, evidencia-se o papel do professor – e da escola – na superação das desigualdades.

O evento também contou com palestras com nomes como Tiago Fragoso, analista de políticas públicas da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Chi Sum Tse, especialista em avaliação educacional e análise do Pisa para Escolas da OCDE, e José Moran, professor da USP e pesquisador de projetos inovadores na educação. Ainda foram realizadas dez oficinas com foco em Inteligência Artificial, robótica e aprendizagem por projetos.

Conforme dados estimados na pesquisa, o RS terá um quadro de 83.783 docentes em atividade em 2040, mas a necessidade dos estudantes exige 94.137 educadores – o que configura um déficit de 10.354 profissionais nas redes pública e privada até 2040.

Publicado quarta-feira, 11 de Outubro de 2023 - 16h16

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