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Estudantes apresentam soluções criativas e sustentáveis no primeiro dia do Sesi Com@Ciência

O Sesi Com@Ciência Projetos e Robótica começou nesta segunda-feira, 13, com exposição de projetos de Escolas Sesi do Rio Grande do Sul e também da rede pública estadual, além de oficinas e atividades didáticas. São dezenas de trabalhos que envolvem áreas como robótica, sustentabilidade, inclusão, inovação e ciência. A programação vai até a próxima sexta-feira, com exceção do feriado de 15 de novembro. O evento ocorre no Sesi Canoas (Rua Aurora, 1220).

“Estamos bastante satisfeitos com esse primeiro dia. Os alunos têm, a cada ano, demonstrado um gosto maior e uma construção melhor dos seus projetos. E isso vai nos deixando muito satisfeitos, porque este é o propósito da nossa formação”, destaca a gerente de Educação do Sesi-RS, Sônia Bier.

Nos estandes, os estudantes das Escolas Sesi e da rede pública estadual apresentam projetos voltados a solucionar questões sociais a partir do que é aprendido em sala de aula. As competências adquiridas em áreas como biologia, matemática, química e física ganham forte influência da era digital para desenvolver protótipos que podem se tornar importantes ferramentas para públicos como os idosos e deficientes visuais.

É o caso da bengala tecnológica desenvolvida por Cristopher Cardoso, Davi dos Santos e Luísa Garcia, do 3º ano do Ensino Médio da Escola Sesi de Sapucaia do Sul. Cientes dos cuidados que as pessoas idosas necessitam, eles desenvolveram um mecanismo que identifica obstáculos, por meio de sensores. O protótipo já chegou à segunda versão, com novas ferramentas: monitora sinais vitais, como oxigenação do sangue e batimentos cardíacos, e utiliza sensores menores e mais potentes. Agora, tudo é enviado para um aplicativo de smartphone, para que cuidadores e familiares acompanhem remotamente.

“A gente faz tudo isso para que o idoso se sinta bem ao utilizar nossa bengala, até porque a gente sabe que muitas vezes ele não quer utilizar, por ser algo que representa que ele está fraco, está frágil. Então, a gente queria mudar essa concepção que ele tem da bengala”, explica Cristopher.

O objeto é feito a partir de plástico reciclado, usando um tipo mais resistente, como o de embalagens de shampoo e outros produtos. Ele é aquecido e compactado, dando mais resistência – como apontaram testes de laboratório, que levaram ao aperfeiçoamento do material final.

Outra solução apresentada no primeiro dia da Mostra buscou resolver dois problemas: da pobreza menstrual e da poluição. Durante uma aula de biologia, no 2º ano do Ensino Médio da Escola Sesi de Pelotas, Eduarda Abreu, Eduarda Dias, Caio Dorneles, Amanda da Silva e Bruna Soares descobriram que muitas pessoas não têm condições de adquirir absorventes.

“Aprendemos, na aula, que um absorvente demora 400 anos para se decompor na terra e, alguns componentes dele, chegam à água, contaminando tanto um, quanto o outro. Então pensamos em uma alternativa de absorvente biodegradável e de baixo custo”, conta Eduarda Abreu.

O protótipo desenvolvido por elas utiliza restos de tecidos industriais e bioplásticos feitos com cascas de banana e de ovo. Já a absorção fica por conta de uma sílica de casca de arroz, em forma de gel. O estudo promovido pelas estudantes chegou ao custo unitário de R$ 0,02, o que daria acesso a muito mais pessoas.

E por falar em acesso, estudantes do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professor João Germano Imlau, de Erechim, encontraram uma forma de abastecer a impressora 3D da instituição com um filamento muito mais acessível do que os encontrados no mercado. Eles criaram um mecanismo que transforma garrafas PET em fio próprio para impressões 3D.

A necessidade veio de uma colega, deficiente visual, em acompanhar algumas atividades. Como a escola já dispunha de um equipamento para criar objetos pedagógicos, mas estava subutilizada, eles partiram do objetivo de utilizar apenas energia elétrica da instituição, buscando tudo mais que fosse necessário em fontes alternativas.

Com um motor de limpador de para-brisa e fonte de energia de um computador antigo e alguns outros itens que teriam como fim o lixo, eles passaram a transformar as garrafas PET em filamento que abastece a impressora. “A gente fez um trabalho voltado para três pilares: tecnologia, sustentabilidade e inclusão. A impressora estava parada na escola e os meninos a utilizaram em uma feira de ciências, dando início ao projeto”, conta o professor de Iniciação Científica da instituição, Cristian da Costa e Silva. O grupo reúne os alunos Diogo Conte, Marcelo Chies, Vitoria Rosset e Aryelle Santos.

    Ao todo são mais de 200 projetos que serão apresentados nos quatro dias do evento, sendo 27 de escolas da rede estadual - que participam pela primeira vez da Mostra. Na quinta e na sexta também haverá torneio de Robótica da First Lego League Challenge Etapa Regional e torneio de robótica da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A programação completa pode ser conferida no site do evento.

    “As escolas do Sesi têm uma concepção de que é preciso conversar com a atualidade, com o momento, com o contexto onde se vive. E precisa também conectar o jovem, nas suas expressões, com esse contexto. Então, todas as construções que se busca fazer em sala de aula, em todas as áreas do conhecimento, estão linkadas em como é que a gente vê isso ao redor”, detalha Sônia Bier.

    Atividades da Mostra
    Outros espaços compõem o Sesi Com@Ciência. Eles estimulam os estudantes a pensar e exercitar formas de expressão. O Escape Room propõe o desafio de grupos de cinco ou seis alunos escaparem, em 20 minutos, de uma sala fechada. O objetivo do jogo é salvar uma biblioteca e, para isso, enigmas ligados à literatura são colocados diante deles. A organização fica por conta da equipe de bibliotecários do Sesi-RS.

    “Isso desenvolve o prazer pela leitura, porque eles estão trabalhando literatura e raciocínio lógico. Além do trabalho em equipe, pensamento rápido e lógico, tem questões de robótica. E a questão da pressão do tempo, desafiando os participantes“, explica a bibliotecária do Sesi São Leopoldo Liége Alves. Nos dois últimos dias do evento, o local dará espaço para uma sala de leitura para crianças.

    Em outro ponto da feira, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) oferece oficina de muralismo, com técnicas de grafite, e oficinas maker que duram meia hora e são organizadas conforme a chegada dos interessados. Nos dois últimos dias do evento, o espaço será dedicado para atrações do Museu de Ciência e Tecnologia da instituição, que leva uma série de atrações até o Sesi Canoas.

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    Publicado segunda-feira, 13 de Novembro de 2023 - 16h16

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