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Especialistas em educação falam sobre o desafio global de promoção da aprendizagem

Com o intuito de mostrar boas práticas, o Sesi convidou profissionais nacionais e internacionais, referências nos mais diferentes segmentos da educação, para conversar com o público no Sesi com@Ciência. Com o tema “Educação Comparada: Promoção da aprendizagem, como alguns países têm enfrentado esse desafio?”', painelistas debateram sobre casos de diversas partes do mundo.

A primeira explanação foi de Chi Sum Tse, que trabalha para a equipe do Pisa for Schools na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris. Tse mostrou à plateia diversos dados sobre a educação na América Latina e foi categórico ao dizer que o “Brasil precisa de mais equidade no ensino aos estudantes socioeconomicamente desfavorecidos”.

Natural de Hong Kong, o profissional tem experiência em mais de mil escolas em todo o mundo e contribuições para diversos ministérios de Educação. Ele se mostrou preocupado com a realidade brasileira. “O Brasil, assim como outros países, chama atenção pelo número alto de estudantes desfavorecidos. Agora, os insiram em escolas desfavorecidas, sem nenhuma estrutura. Então, esse aluno está duplamente prejudicado no processo de aprendizagem”, enfatizou.

Sesi com@Ciência - Educação comparada

Crédito foto: Dudu Leal

O psicólogo inglês Adrian Inghan, graduado pela Universidade de Londres e pós-graduado pelo King’s College, atuou por 25 anos como professor e diretor de escolas em Londres.  Ele mostrou uma realidade totalmente diferente que causou impacto no público. “Na Inglaterra muitos diretores de instituições recebem mais do que o primeiro ministro. Isto é a prova da valorização da educação. Costumo abordar que autonomia e liderança são fundamentais quando falamos do processo educacional. E isso está em falta no Brasil”, avaliou.

Por fim, Candido Alberto Gomes, com doutorado em Educação (Ph.D.) pela Universidade da Califórnia e consultor de diversas organizações nacionais e internacionais, exaltou o nível do debate proporcionado pelo Sesi-RS e fez um alerta aos presentes. “Ainda bem que estou cercado por excelentes profissionais. É um prazer poder dividir o mesmo espaço que eles. Acrescento a tudo que foi dito, que atualmente no Brasil, os cursos não formam os educadores para atuar e sim para o desemprego. Jogam os profissionais nas escolas sem embasamento, como quem empurra uma pessoa na piscina. E com isso, quem perde é o aluno”, frisou.

PISA PARA ESCOLAS
O Pisa para Escolas, ou Pisa-S como também é conhecido, é uma avaliação voluntária, que apoia os esforços de melhoria da escola participante com base nas matrizes e escalas do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa) da OCDE. Seus principais pontos, requisitos e funcionalidades foram o assunto da palestra ministrada pelo pesquisador da Cesgranrio, Tiago Fragoso. De acordo com ele, os itens dos testes são desenvolvidos e calibrados de acordo com as escalas internacionais e estudos que apoiam o rigor e a validade dos resultados do Pisa Mundial. “Enquanto o Pisa fomenta troca de informações entre parceiros internacionais, o Pisa-S faz o mesmo entre atores locais”, descreve.

Sesi com@Ciência - Tiago Fragoso

Crédito foto: Dudu Leal

O pesquisador informa que a avaliação foi desenhada para oferecer às escolas participantes informações e análises, acerca das competências e habilidades dos estudantes de 15 anos. E, para isso, aplica questionários que coletam dados socioeconômicos e informações sobre o ambiente de aprendizagem, o engajamento dos alunos, seus interesses e atitudes em leitura, matemática e ciências. “As provas são 100% em plataforma online e, em 2017, mostraram que houve um crescimento no desempenho dos alunos que participaram do Pisa-S e depois da prova do Pisa. Por isso, a Cesgranrio quer aumentar o alcance das avaliações das instituições”, revela. No geral, o PISA para Escolas já foi aplicado em mais de 2.500 escolas de 11 países. Clique aqui para mais informações.

O Sesi com@Ciência é um encontro com foco em educação que reúne, na segunda e terça-feira, das 9h às 21h, no Centro de Eventos FIERGS, estudantes, docentes e pesquisadores debatendo junto com a sociedade, analisando e projetando o desenvolvimento do Brasil nesse tema. A expectativa é pela participação de mais de 10 mil pessoas em todas as atividades nos dois dias do evento.

Confira a programação aqui.

Publicado Terça-feira, 1 de Outubro de 2019 - 16h16

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